Escritórios de advocacia “boutiques” são tendência no Brasil

Escritórios de advocacia “boutiques” são tendência no Brasi1

Escritórios de advocacia “boutiques” são tendência no Brasil

Escritório de advocacia

País tem mais de 1,2 milhão de advogados inscritos na OAB; especialista explica as principais características dos escritórios de advocacia boutiques.

atualizado 08/11/2021 18:00

Escritórios de advocacia O Brasil conta com mais de 1,2 milhão de advogados inscritos na Ordem dos Advogados do Brasil. Em um universo com milhares de escritórios de advocacia, que se dividem nos principais ramos do direito – como ambiental, civil, penal e trabalhista -, um nicho tem se tornado tendência nos últimos anos: os escritórios de advocacia boutiques.

Como uma palavra de origem francesa, já aportuguesada para “butique”, o termo ganhou o mundo e influenciou a criação de empresas de diversos setores, até chegar ao direito.

O conceito de escritório boutique existe há bastante tempo na Europa, sendo esse modelo, inclusive, também chamado no Brasil de “formato europeu”. Foi nos Estados Unidos, porém, durante o período da crise financeira de 2008, que ganhou mais visibilidade. À época, diante do atendimento massificado dos grandes escritórios de advocacia, veio a necessidade de um atendimento altamente especializado e personalizado, onde cada caso recebe a atenção cuidadosa de um advogado.

João Paulo Perpétuo Lima, advogado e sócio-diretor da Arnaldo Esteves Lima & Associados Consultores e Advogados – que atua com um escritório de advocacia boutique -, explica que um negócio do gênero “atende um número menor de pessoas para entregar um serviço personalizado, com qualidade e foco na plena satisfação do cliente”.

Advocacia boutique exige especialização e carreira sólida

Após formado, um bacharel em direito tem um longo caminho a trilhar, começando pela aprovação no exame da OAB – requisito essencial para a solicitação de registro nos quadros da advocacia brasileira, em cumprimento ao artigo 8º, IV do Estatuto da Advocacia (Lei 8.906/1994).

Conforme informações da 4ª edição do estudo “Exame da Ordem em Números”, realizado pela OAB Nacional em parceria com a FGV (Fundação Getulio Vargas), 61% dos que fizeram a prova foram aprovados entre 2010 e 2019.

Ainda segundo a pesquisa, apenas 40% dos participantes foram aprovados já na primeira tentativa, 22% precisaram refazer a prova e 13% prestaram o exame mais de três vezes. Do total, 25% dos participantes precisaram de mais de três tentativas e 11% prestaram a prova pelo menos seis vezes até conquistar a aprovação.

Para Lima, os indicativos da OAB demonstram que o direito é um ramo que exige dedicação total e que, para chegar “até lá”, o profissional deve construir uma carreira sólida. “Uma advocacia boutique atua somente com profissionais altamente especializados e gabaritados, e costuma reunir ex-ministros e desembargadores, entre outros”.

Segundo Lima, na maioria dos casos, um escritório boutique conta com uma equipe enxuta, já que é necessário um grau elevado de entrosamento entre os advogados. Nesses escritórios, a área de trabalho é ampla, mas há predominância para direito empresarial, tributário e societário – o que não é regra.

O especialista chama a atenção para o fato de que, em 2020, o número de advogadas superou a soma de advogados pela primeira vez na história do país, tanto em números totais quanto na avaliação de cada estado, segundo a OAB.

Em sua última atualização, o quadro da advocacia registrou 610.369 advogadas em comparação a 610.207 advogados. “Como os números apontam, o direito está em constante renovação. Ao lado da atuação cada vez mais expressiva das mulheres no setor, a busca por especialização continuada é um dos fatores essenciais para o avanço do direito no país, além de ser fundamental para todo profissional que busca construir uma carreira bem-sucedida”, afirma.

Em resumo, prossegue Lima, o formato de escritório boutique exige uma série de pontos para que possa dar certo, como especialização, experiência, reconhecimento de mercado, atendimento personalizado e a escolha por causas relevantes. “Um nicho complexo, mas que pode ser almejado por todo o profissional de direito”.

Fonte:   Metrópole

Para mais informações, basta acessar: Arnaldo ADV Escritório